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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Moonrise Kingdom.


Spoilers Abaixo.





Moonrise Kingdom não poderia ser mais fofo. O filme conta a história de amor de Sam e Suzy, dois pré-adolescentes que se conehcem numa festa da igreja e logo se apaixonam. Ele é um escoteiro que sempre sofreu bullying, mas nunca ligou muito para isso. Ela é uma menina revolta com os pais que ama ler. Os dois então ficam trocando cartas na ilha em que vivem. O filme se passa nos anos 60 e traz no seu elenco adulto Bill Murray, Frances McDormand, Edward Norton e Bruce Willis; que são o alívio cômico do filme.

Sentido-se deslocados naquele lugar, Sam e Suzy planejam fugir e assim o fazem, deixando a ilha inteira em pânico com o desaparecimento das crianças. O Capitão de Polícia Sharp ao ligar para os pais de Sam descobre que ele é adotado e que eles não o aceitarão mais em casa. Já no lado de Susy, seu pai parece sofrer de depressão enquanto sua mãe vive frustrada com um amor do passado.

A busca por Sam e Suzy movimenta desde os escoteiros aos irmãos trigêmeos da garota para completar o elenco mirim. Ao perceber que os dois planejaram tudo e só querem ficar juntos, os adultos ficam com raiva e passam a tratá-los como fugitivos. O que irritou um pouco, pois não tem como você não torcer para que os dois fiquem juntos e em paz. Sam é um cavalheiro e Susy se mostra uma menina bastante culta com seus livros roubados da biblioteca da escola.

A fofura dos dois contagia tanto que ao serem pegos e separados na metade do filme você não vê mais saída uma vez que o Serviço Social megaevil vai mandar o nosso heróizinho para tratamento de choque por conta de um possível distúrbio psicológico que ele deve ter. A nostalgia bate fundo nesse filme, pois quem um dia não foi mal interpretado pelos adultos quando criança? Quem não só queria fazer uma coisa simples como brincar e foi terminantemente proibido pelos pais?


A reviravolta parte do grupo de escoteiros que vão resgatar o casal e os levam para uma outra ilha onde os dois possam “casar” tudo ocorreria bem se não fosse uma tempestade e a correria mais uma vez atrás dos “fugitivos” que se escondem na mesma igreja onde se conheceram. Susy e Sam são uma metáfora linda de um amor verdadeiro e até que ponto as pessoas estão dispostas a ir para ficarem com quem amam. Numa das cenas finais onde os dois estão dispostos a cometer suicídio juntos, pois ninguém os deixa em paz é quando essa tecla é batida com mais força.

Imprudência das crianças de fugirem desse jeito seria uma boa desculpa dada por pais que querem ser donos da verdade, mas Moonrrise Kingdom mostra justamente o contrário: as crianças tem mais delicadeza para certos assuntos que os próprios pais. Uma prova disso é a cena onde a mãe de Susy diz que é coisa da idade dela e a filha lhe diz que só quer ser feliz porque ali naquele contexto de vida ela se sente depressiva.

Wes Anderson dirigiu bem o elenco, o perfeccionismo dos escoteiros e até dos pais de Suzy mostram bem o por quê dela e o namoradinho quererem fugir dali. Dá muita agonia a paleta e cores sépia da época e confesso que me senti muito mais à vontade nas cenas ao ar livre, na floresta. A trilha é ótima e sem defeitos e o filme ainda conta com a participação de Tilda Swinton, nossa eterna Feiticeira Branca de Nárnia, coincidência?

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