"I'm not a terrorist!"
Spoilers e comentários abaixo
E volta a série mais esperada do ano, que após abocanhar todos os premios possíveis, faz um retorno digno de mais premios!
O que dizer de Homeland? Antes de tudo que a série prima pela qualidade, os jogos de câmeras, a fotografia das cenas, os cortes e os enquadramentos, chega a ser tudo nível Hollywood'ano de se produzir. Mas de que valeria tudo se não fosse o roteiro? E antes de entrarmos no mérito do roteiro desse episódio temos que falar sobre as nossas expectativas dessa temporada.
Durante a primeira temporada vimos um thriller psicológico baseado em uma premissa genial, a de um soldado americano que foi recuperado de um cativeiro do Taliban, porém, no mesmo tempo, uma agente da CIA recebe uma informação de que um soldado foi convertido, e nisso temos um embate de conspirações que dura uma temporada, e ao final ainda não sabemos se o vilão é vilão (por completo). E o que esperar dessa segunda temporada? Eu acho que a temporada começou bem dando continuidade ao que foi iniciado. Existe gente que quer exigir da temporada que ela tenha uma premissa genial como a primeira, embora eu ache que essa premissa genial nem tenha sido o foco inicial da série, visto até que ela é um remake. O foco da série sempre foi gerar essa tensão sobre toda essa conspiração, e essa segunda temporada começou da melhor maneira possível ao manter isso.
Iniciamos com Carrie tentando não se intrometer nas coisas do governo, agindo como se fosse uma dona de casa, lutando para não voltar a pesquisar coisas referentes ao seu antigo trabalho ou a criar teorias conspiracionais, o que fica claro que o que aconteceu com ela, naquela cena final onde apagam a memória dela, não foi 100%. Na verdade não explicaram muito bem aquela situação. Para ajudar ela a se focar e tentar melhorar o problema, ela dá aulas de árabe.
Vamos então para o oriente médio, onde Saul se encontra em um consulado norte americano no meio de diversos protestos de civis, até que ele recebe uma mensagem de uma civil sobre um possível novo ataque, Saul vai atrás dela, mas ela não fala nada ao Saul, a única com qual ela se comunicaria seria Carrie.
Voltando para o ocidente vemos as atuais situações de Brody no congresso, sua família chata, Jessica linda de tudo. Brody podendo ser indicado a vice-presidente em alguma chapa na próxima eleição e Brody sendo visitado por uma estranha visita. Uma repórter requisita uma entrevista particular com Brody e ela revela que sabe de todo os planos e que mantém contato com Abu Nazir. Usando do artefato de saber o que aconteceu a sua época e de Issa, ela convence ele a conseguir uma lista de alvos que existe com a CIA, mais precisamente com David. Voltando para sua casa, durante a madrugada, Brody é pego rezando por sua filha Dana, que aceita a religiosidade do pai, porém a mesma não consegue manter segredo, e em um debate na escola sobre o islã no mundo ela acaba soltando que seu pai é muçulmano. A princípio não parece gerar repercussão, porém quando Brody chega em casa no mesmo dia Jessica o chama para conversar com Dana, as duas discutem e no meio da discussão Brody revela a Jessica que realmente é muçulmano.
Jessica surta e vai atrás dos utensílios do rito de Brody, ela encontra o Corão e o joga no chão, o que é considerado uma profanação aos muçulmanos. Brody se explica, porém Jessica, irredutível, deixa claro que isso não deve acontecer devido ao que vem passando pela vida deles no sentido político. Durante a noite, após eles irem dormir, Brody levanta e vai enterrar seu Corão por ele ter sido profanado, Dana, que acorda logo em seguida, ajuda seu pai nesse processo.
Carrie recebe um telefonema de Saul contando sobre a situação e que precisa dela para ajudar nessa missão, e após insistir muito Carrie resolve ajudar nesse trabalho, que bem ou mal era o que ela realmente queria. A irmã de Carrie insiste para ela não ir, mas o pai dela manda a deixar, pois é o que ela realmente quer.
Carrie vai até a cidade em que Saul está, porém no caminho eles são identificados por uns bandidos que perseguiam o carro de Saul, que começam a perseguir Carrie, porém ela consegue despistá-los.
Brody vai a CIA atrás de David, em um momento de muita tensão, consegue obter a lista de alvos.
Como podemos ver, foi um episódio de muita tensão e muitos acontecimentos. Muitas pessoas podem reclamar de um desenvolvimento lento, mas a série precisa deixar bem clara a psique dos personagens, o que em desenvolvimentos rápidos seria impossível.
Temos sempre que pontuar a atuação incrível de Clare Danes, o que ela faz com o olhar é uma coisa de outro mundo. Ela simplesmente está com aquele olhar esquizofrenico, chega uma hora que você pensa que ela está exagerando, ai ela vai e muda o olhar dando uma nova perspectiva sobre a sanidade da personagem, é simplesmente incrível. Outra que se superou foi Morena, desde a temporada passada eu venho falando sobre seu trabalho, mas nesse episódio ela estava possuída e deu o tom.
Muito legal eles separarem os arcos para, provavelmente, juntar eles no final, ou no meio, em um grande evento. Volto a dizer que esse thriller que eles conseguem fazer com maestria certamente é o pilar da série, e não sua premissa genial em si. Agora temos que ver se Carrie não vai estragar sua missão com sua bipolaridade, e se Brody vai se decidir se é realmente um terrorista ou não. Pois desde o final da temporada passada ainda não sabemos se Brody está pronto para isso, se ele vai ter coragem de apertar o botão e escolher um lado.
MVP: Clare Danes
Grade: A.
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